E uma boa notícia.
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Gosto destes jogos em que já se sabe quem
vai ganhar. Eu ou tu?, qual das peças
avançará primeiro? Pouco importa, no fundo. A
minha dúvida nasce da tua certeza, como a
resposta que me dás é esta dúvida que te devolvo.
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Nuno Júdice - O jogo das interrogações
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Por dentro.
Ziguezagueio a velocidades de risco entre os carros que comigo partilham hoje as estradas e as ruas, faço ponto-de-cruz com os que entram ou quando saio de ruas muito movimentadas pelo puro prazer do risco. De vez em quando, espreito a contra-gosto o retrovisor e vejo um novo sinal na minha cara, ainda róseo e plano de infância, mas cuja maturidade sei antecipar desde que há pouco mais de um ano a palavra por que o chamo passou a integrar os meus dias. Tuteio uma palavra nova, outra ainda, no meu vocabulário usual como para lhe perder o medo, relembro as palavras novas que os médicos me têm ensinado a associar-lhe e acredito, de todo o coração porque preciso dessa paz, que mais logo alguém me dirá que leucemia não é o nome do meu próximo fantasma.
 
 

