[...]
segunda-feira
sexta-feira
terça-feira
E (des)necessidade.
Há coisas a que não consigo encontrar sentido lendo-as nos blogues e, menos ainda, nas respectivas caixas de comentários. [ ... ]. Vou atirar-me ao Monod e deleitar-me com a certificação do óbvio através do desafio epistemológico encerrado nesta "pérola": o improvável é possível. 
**
Receita para "fazer um poema dadaísta" (Tristan Tzara, 1920):
"Pegue um jornal. Pegue a tesoura. Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja dar ao seu poema. Recorte o artigo. Recorte em seguida com cuidado algumas palavras que formam o artigo e meta-as num saco. Agite suavemente. Tire em seguida cada pedaço um após o outro mantendo a ordem em que eles saíram do saco. Copie conscienciosamente. O poema se parecerá com você. E aí está você, um escritor infinitamente original e de uma sensibilidade encantadora, ainda que incompreendido pelas pessoas vulgares".
segunda-feira
Ora, pois ou vice-versa.
"Agustina Bessa-Luís, num texto para Eugénio de Andrade: Nunca trocámos cartas porque essa débil força de confidência esteve sempre para nós fora de moda. Nunca deixámos que as palavras nos dessem lições. [P.M.] "
"Nunca deixámos que as palavras", in Fora do Mundo (1/19/2005)
"Agustina Bessa-Luís, num texto para Eugénio de Andrade: Nunca trocámos cartas porque essa débil força de confidência esteve sempre para nós fora de moda. Nunca deixámos que as palavras nos dessem lições. [P.M.] "
"Nunca deixámos que as palavras", in Fora do Mundo (1/19/2005)
ton sur ton (ou dá-me música, pª AJ)
.
1. exercício de respiração: o que aprecio quem tem certezas! bem, mas... e agora? sendo Agustina a minha sibila preciso de descortinar um destino a dar à "tosta mista" 
2. exercício de equilíbrio: a Agustina diz que quem se leva a sério morre todos os dias um bocadinho. gosto muito dela e não quero vê-la morrer. não vou levá-la a sério
3. exercício de alongamento: ta-ra raran taran tara-rara-raran turu ruru ru... não parece porque poupei no solfejo mas é o tema da Pink Panther por Henri Mancini
.
3.1. sax tenor e piano

3.2. letra
Think of all the animals you've ever heard about / like rhinoc'ruses and tigers cats and mink / There are lots of funny animals in all this world / But have you ever seen a panther that is pink? // Think! // A panther that is positively pink, // Well here he is, the pink panther, / The rinky-dink panther, / Isn't he a panther ever so pink? // He really is a groovy cat, / and what a gentleman, a scholar, what an acrobat! // He's in the pink - the pink panther / The rinky-dink panther, / and it's as plain as your nose, / that he's the one and only, truly original, / Panther-pink (panther) from head to toes!
3.3. "ele", o único, o próprio

domingo
quinta-feira
matters of the heart, 'cause heart matters 
1. uma curva ECG reflecte a perspectiva do eléctrodo que a regista. 2. a normal condução eléctrica no coração permite que o impulso gerado pelo nódulo sino-auricular seja propague ao músculo cardíaco e o estimule. quando o miocárdio é estimulado, contrai-se. é a estimulação ordenada do miocárdio que permite a contracção eficiente do coração, permitindo deste modo que o sangue seja bombeado para o corpo
quarta-feira
terça-feira
b & w.
Snow White was nude at her wedding, she's so white / the gown seemed to disappear when she put it on. // Put me beside her and the proximity is good / for a study of chiaroscuro, not much else. // Her name aggravates me most, as if I need to be told / what's white and what isn't. // Judging strictly by appearance there's a future for me / forever at her heels, a shadow's constant worship. // Is it fair for me to live that way, unable / to get off the ground? // Turning the tables isn't fair unless they keep turning. / Then there's the danger of Russian roulette // and my disadvantage: nothing falls from the sky / to name me. // I am the empty space where the tooth was, that my tongue / rushes to fill because I can't stand vacancies. // And it's not enough. The penis just fills another / gap. And it's not enough. // When you look at me, / know that more than white is missing.
Thylias Moss - 'Lessons from a Mirror', in Pyramid of Bone
segunda-feira
2-i-lite-z1
lá fora, contra a limpidez fria do azul, o branco adoçado dos cálices-de-Vénus traz-me o som da Lakme (as camélias serão sempre, por amor, da Traviata) e, por segundos, diria que me sopram a franja como sempre gostei de fazer aos gatos. nã, não deve ser... porque isso far-me-ia franzir o nariz, semicerrar os olhos e arquear as omoplatas como eles o fazem
(pois, bem sei que há mais mas basta de detalhes ou sai disparate)
domingo
sábado
The gambler. (*)
(*) Kenny Rogers
On a warm summer’s evenin’ on a train bound for nowhere, / I met up with the gambler; we were both too tired to sleep. / So we took turns a starin’ out the window at the darkness’ / til boredom overtook us, and he began to speak. / He said, son, I’ve made a life out of readin’ people’s faces, / And knowin’ what their cards were by the way they held their eyes. / So if you don’t mind my sayin’, I can see you’re out of aces. / For a taste of your whiskey I’ll give you some advice. / So I handed him my bottle and he drank down my last swallow. / Then he bummed a cigarette and asked me for a light. / And the night got deathly quiet, and his face lost all expression. / Said, if you’re gonna play the game, boy, ya gotta learn to play it right. / You got to know when to hold ’em, know when to fold ’em, / Know when to walk away and know when to run. / You never count your money when you’re sittin’ at the table. / There’ll be time enough for countin’ when the dealin’s done. / Now ev’ry gambler knows that the secret to survivin’ / Is knowin’ what to throw away and knowing what to keep.’ / cause ev’ry hand’s a winner and ev’ry hand’s a loser, / And the best that you can hope for is to die in your sleep. / So when he’d finished speakin’, he turned back towards the window, / Crushed out his cigarette and faded off to sleep. / And somewhere in the darkness the gambler, he broke even. / But in his final words I found an ace that I could keep. / You got to know when to hold ’em, know when to fold ’em, / Know when to walk away and know when to run. / You never count your money when you’re sittin’ at the table. / There’ll be time enough for countin’ when the dealin’s done. / You got to know when to hold ’em, know when to fold ’em, / Know when to walk away and know when to run. / You never count you r money when you’re sittin’ at the table. / There’ll be time enough for countin’ when the dealin’s done.
(*) Kenny Rogers
sexta-feira
quinta-feira
memorabilia
.
[...]
Close the window calm the light
And it will be alright
No need to bother now
Let it out let it all begin
Learn how to pretend
Once a story's told
It can't help but grow old
Roses do lovers too
So cast your seasons to the wind
And hold me dear oh hold me dear
[...]
.
Rita Coolidge - We're All Alone (algures num long-play em vinyl, anos 80)
domingo
sábado
quinta-feira
coincidências
- correu bem o teu after-dinner de ontem?
- doce como os chocolates com o mesmo nome...
- ah, foste sair com a Lady Godiva? e ela levava o cavalo sem sela?
- estás muito espirituosa... quem fez de cavalo fui eu
- hmmm... essa versão alternativa à selenita lady nua parece-me bem
- é como me ensinaste: o que conta é aquilo em que queremos acreditar, não?
- sim, claro! acredito que sou a Maureen O'Hara
quarta-feira
O texto é a única forma de identificar o sexo e a humanidade de alguém porque, ó poeta estranho, o sexo de alguém, é a sua narrativa. A sua, ou a que o texto conta, no seu lugar. Assim o sexo será como for o lugar do texto.
Maria Gabriela Llansol - Lisboaleipzig 2 (1994-1995)
terça-feira
um exercício de rigor
à luz crua de brancos, numa manhã demasiado fria, em frente a um telescópio inútil na cúpula de um palácio vazio e durante uma conversa sobre as peculiaridades das estrelas-gémeas: estou-me "nas tintas" para as rotações mútuas, para a fusão nuclear ou para o desvio no vermelho, apenas uma ideia me ocupa de momento: reter até ao limite do suportável a palavra "desculpa"
 
 
 
 

 
