segunda-feira

whah!

Ela olhou azul-celeste
Eu saí do cinza-chumbo
Ela deu sinal verde-mar
Eu parei vermelho-pimentão

Ela acenou azul-piscina
Eu mergulhei ultravioleta
Ela se abriu magenta-poente
Eu azedei verde-limão

Ela despiu azul-calcinha
Eu virei branco-gelo
Ela mostrou pele canela
Eu avancei vermelho-vinho

Ela jogou azul-turquesa
Eu derramei verde-garrafa
Ela bebeu vermelho-sangue
Eu afundei azul-marinho

Ela jorrou azul-petróleo
Eu provei cor-de-abóbora
Ela comeu verde-abacate
Eu pirei branco-marfim

Ela pintou azul-cobalto
Eu bebi amarelo-champanhe
Ela dançou rosa-choque
Eu beijei puro carmim

Ela sorriu azul-anil
Eu apalpei cor-de-carne
Ela voou infravermelho
Eu pesquei rosa-salmão

Ela cantou dourado-sol
Eu desafinei chuva de prata
Ela brilhou verde-esmeralda
Eu apaguei preto-carvão

Rui Werneck de Capristano, «Arco-Íris Noturno»


a zed & two noughts (*)

imagine that, the body - in all its delicious detail - fading away leaving a skeleton with iron legs

(*) Peter Greenaway - 1985

has anyone bothered to ask Steve Malkmus about this?